Tudo e todos são motivos de desprezo por parte de alguns educandos.Especialistas em educação, psiquiatras, neurologistas, entre outras linhas de estudo, buscam continuamente uma resposta para tanta violência , mas todos concordam em um ponto: não há mais limites sociais. Os filhos estão crescendo sem ter o mínimo conhecimento sobre valores morais e princípios sociais , desprezam a vida e não vêem nela muito sentido. Nas camadas mais ricas , não são agentes de sua própria existência , pois para tudo dependem dos pais ; já os mais pobres devem pensar que a brutalidade pode ser a única forma de ser e existir nesse país.
Contudo , inúmeras são os projetos que surgem diariamente para suprir essa carência de amor próprio e de boa convivência social. Entre eles os que mais tem se destacado são aqueles que envolvem a arte em toda a sua plenitude: literatura , escultura , pintura (todas as tendências) , música , cinema , teatro. Em vista disso , tenho concentrado-me em analisar a importância das manifestações artísticas no desenvolvimento humano. Fazer arte é expor sentimentos , emoções , dores , amores; é exprimir desde os acontecimentos mais simplórios e modestos , até os mais explosivos e estarrecedores.
Apartir dessa realidade, hoje não vejo mais o curso de artes visuais , como uma nova graduação a ser exposto em um currículo , mas como uma possibilidade de crescer intelectualmente e transformar indivíduos marginalizados em pessoas sensíveis , capazes de entender o mundo através de um olhar , de uma gravura rabiscada na capa do caderno , de um rabisco qualquer no muro ou na porta do banheiro; de um Da Vinci, um Dali , ou mesmo no pequeno desenho de uma criança de pré-escola que consegue ver em uma bolinha feita à lápis , toda a grandeza do mundo.
Essa pode ser a fórmula perfeita: unir a beleza da arte ao anseios mais profundos do coração . Desta forma a criança poderá colocar para fora a agressividade , que precisa ser canalizada de uma forma prazerosa , envolvendo corpo e mente , num processo de reconstrução de suas atitudes , para consigo mesmo e com os outros.
Fonte da pesquisa: A sociedade está doente . Bellini, Marta . In. Mundo jovem. Porto Alegre: PUCRS , 2007. Ano 45, nº 382 , p. 8.
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